Após a leitura da brilhante matéria de Pamyle Brugnago no Jornal de Santa Catarina:
13/06/2012 | N° 12596 LITERATURA
Trilhando o caminho da leitura
Manifesto minha opinião sobre um tema que vem sido abordado com frequência e que já demorei muito para postar.
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"Autoria é arte, vale muito, mas nem sempre se vende!"
(Fátima Bumgärtner)
Fico indignada quando opinam sobre assuntos tão relevantes, de forma nada coerente. Não concordo quando leio certas colocações como esta de que as feiras ideais já não são as mesmas. Também não suporto mais ouvir ou ler que academias e sociedades de "escritores" ou de "poetas" são criadas para aparecer nas colunas sociais. Sinto-me muito feliz por fazer parte de alguns grupos bem como de ter sido uma das precursoras de tais ideias. Blumenau abriu seus braços aos que aqui querem produzir, criar e manter viva a chama da cultura e do desenvolvimento. Há muito queria me pronunciar sobre este assunto, mas esperava que outros também se manifestassem, tanto contra ou a favor, mas nem todos tem coragem. Hoje resolvi postar sobre isso. Respeito todos os escritores locais, nacionais ou internacionais, entendo que há defasagem cultural, que autores catarinenses atraem leitores e coisa e tal, mas daí a prestigiar sempre os mesmos nomes, isso é que deixa de ser interessante.Todos devem participar. Há leitores para todos os gêneros, gostos e lugar pra todos os autores neste universo letrado em que estamos inseridos. Vamos socializar mais, desapegar mais, tornar a literatura um bem de todos. Está aí o movimento Bookcrossing que abraça esta ideia de que o livro deve circular de mão em mão. Há autores e livreiros. E uma grande diferença entre os mesmos. Autores, criam, disseminam, doam-se através de suas palavras. Autoria é arte, vale muito, mas nem sempre se vende... Livreiros editam para vender, divulgar, comercializar, massificar. Nem tudo o que se escreve ou se vende é de qualidade. Também não basta distribuir livros. Faz-se necessária a mediação e o incentivo à leitura através de propostas, dinâmicas e práticas de leitura que convençam pela importância, entrenimento e prazer de ler e de mudar hábitos. Sei que quando o livro é bom, todos querem ler ou comprar, seja ele de qual gênero for, terá clientela para fazer com que a obra circule entre os leitores. Já quando o livro deixa a desejar por qualquer aspecto, mofa nas prateleiras, tanto de casa, das livrarias, quanto das bibliotecas. falo com propriedade, pois sou articuladora de leitura e pesquisa em escola e sei o que os alunos mais leem. Os alunos leem de tudo. Eles amam poesia, declamam em saraus, adoram os poetas que conhecem. Não temos culpa se certos autores não gostam ou não tem sensibilidade tal, para escrever poesias. Isto não se aprende em escola. É algo que já nasce com a pessoa. Podemos aprender a praticar a técnica, mas não se aprende a sentir. Sentimento é algo inerente ao ser humano. Somos inteligentes o suficiente para entender, que a tecnologia acrescenta, soma e completa nossas tarefas. Os e-books chegaram e há tempo, para facilitar o acesso aos que necessitam e não para tirar de circulação o livro impresso. Quem sabe se um dia não existir matéria prima, quem sabe isso aconteça, mas sempre existirá outra que poderá ser utilizada. Concluindo meu raciocínio, temos que aprender a ler nas entrelinhas, pois com tanta coisa importante pra se preocupar, nem todos tem tempo pra falar sobre tais assuntos. Quando algo nos afeta, devemos procurar focar na origem do problema e resolver. Não basta ficar criticando o trabalho dos outros. É urgente sugerir e importante promover a união dos grupos, compartilhar experiências e oportunizar a todos, os espaços e tempos para que hajam planejamento, desenvolvimento de atividades e que o produto final seja para o bem de todos.
